quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O sertão Florescerá

Tudo é possível ao que crê

Tudo é possível ao que crê. (Marcos 9.23)

Muitos crentes estão sempre cheios de temores e dúvidas, pensando infelizmente que este é o estado normal dos crentes. Isto é um engano. É possível para nós fazermos com que dúvidas e temores se tornem como pássaros que voam sobre nossa alma e nunca se demoram ali. Quando você lê a respeito da sublime e agradável comunhão desfrutada pelos crentes, você suspira e murmura: "Infelizmente estas coisas não são para mim".

Se você apenas crê, permanecerá sobre o ensolarado pináculo do templo. Você ouve falar sobre as proezas que homens santos fizeram por Jesus; sobre o que eles desfrutaram da parte dEle; o quanto se assemelharam ao Senhor Jesus e como tais homens foram capazes de sofrer por amor a ele. Você afirma: "Ah! Quanto a mim, sou apenas um verme; não posso conseguir tais feitos".

Mas não existe nada que um crente tenha sido que você não possa ser. Não existe nenhuma exaltação da graça, nenhum nível de espiritualidade, nenhuma clareza de segurança, nenhuma posição de dever que não lhe estejam disponíveis, se você tem a capacidade de crer. Ponha de lado as suas cinzas e seu pano de saco, erguendo-se à dignidade de sua verdadeira posição. Você é pequeno no reino de Deus, porque deseja que assim seja, e não porque existe necessidade de que assim seja. Ascenda! O trono de ouro da segurança está esperando por você.

A coroa da comunhão com Jesus está pronta para ser colocada em sua cabeça. Vista-se de escarlate e de linho fino, banqueteando-se todos os dias. Se você crê, pode comer a gordura da terra. Sua terra manará leite e mel. Sua alma ficará satisfeita com tutano e gordura. Colha os feixes dourados da graça, pois eles o esperam nos campos da fé. "Tudo é possível ao que crê."

Inclinando-se diante de Espantalhos

“Não somos justificados pela fé por crermos na justificação pela fé. Somos justificados pela fé por crermos no próprio evangelho – em outras palavras, por crermos que Jesus é Senhor e que Deus o ressuscitou dos mortos” – N. T. Wright (“New Perspectives on Paul”, em Justification in Perspective).

Nos anos recentes, N. T. Wright, bispo inglês e erudito em Novo Testamento, emergiu como um ícone de teologia bíblica ao redor do mundo. Sua obra excelente sobre a ressurreição de Cristo tem influenciado muitas pessoas, incluindo Antony Flew, o ex-ateísta e famoso filósofo de seu próprio país, que se converteu ao deísmo. Wright é famoso também por ser um dos principais arquitetos da Nova Perspectiva sobre Paulo, na qual ele redefine a doutrina da justificação de um modo que transcende a disputa histórica entre o catolicismo romano e o protestantismo da Reforma. Em um sentido, Wright diz: “Uma praga em ambas as casas”, afirmando que tanto Roma como a Reforma entenderam errado e distorceram o ponto de vista bíblico quanto à justificação. Em sua resposta à crítica de John Piper à sua obra, Wright expressa condescendente menosprezo por P iper e por todo s os que adotam o ponto de vista tradicional protestante quanto à justificação. Wright critica as tradições teológicas que ele acha não entendem o ensino bíblico.

No curso do debate, um dos argumentos mais enganadores e eficazes usado freqüentemente chama-se “falácia do espantalho”. O valor de um espantalho está no fato de que ele é uma imitação de um ser humano e idealizado para afastar alguns pássaros. É um recurso eficiente, mas não é tão eficaz como se um lavrador vigiasse seus próprios campos com uma espingarda. O lavrador feito de palha não é tão formidável como o verdadeiro lavrador. Isso é verdade no que diz respeito à diferença entre o autêntico e o falsificado. A falácia do espantalho acontece quando alguém cria um falso conceito da posição de seus oponentes em uma representação distorcida pela qual ele, então, destrói facilmente essa posição, em total refutação.

Uma das afirmações que N. T. Wright emprega, usando esse mesmo estratagema, é a declaração de que “não somos justificados pela fé por crermos na justificação pela fé”. Insinuar que a ortodoxia protestante crê que somos justificados por crermos na doutrina da justificação pela fé é o rei de todo os espantalhos. É o Golias dos espantalhos, o King Kong das falácias do espantalho. Em outras palavras, é uma grande mentira. Não sei de nenhum teólogo na história da tradição reformada que crê ou argumenta que uma pessoa pode ser justificada por crer na doutrina da justificação pela fé. Isso é pura e simples distorção da tradição reformada.

Na afirmação de Wright, vemos um argumento de espantalho que cai por seu próprio peso. Contém mais palha do que a figura de galhos pode suportar. A doutrina da justificação pela fé somente não ensina que a justificação acontece por crermos na doutrina da justificação pela fé somente; mas, de fato, ela ensina aquilo que é exatamente o oposto dessa idéia. A expressão “justificação pela fé somente” é uma abreviação teológica para afirmar que a justificação se dá somente por meio de Cristo. Qualquer um que entende e advoga a doutrina da justificação pela fé somente sabe que o ponto central é aquilo que justifica – confiança em Cristo e não confiança na doutrina.

Um dos termos-chave da expressão “justificação pela fé” é o vocábulo “por”, o qual demonstra que a fé é o meio ou o instrumento que nos une a Cristo e aos seus benefícios. O conceito indica que a fé é a causa “instrumental” de nossa justificação. O que está em vista na formulação protestante é uma distinção do ponto de vista católico romano quanto à causa instrumental. Roma declara que o sacramento do batismo, em primeira instância, e o da penitência, em segunda instância, são as causas instrumentais da justificação. Por isso, a disputa a respeito de que instrumento é a base pela qual somos justificados foi e continua sendo a disputa clássica entre a Igreja de Roma e o protestantismo. O ponto de vista protestante, seguindo o ensino de Paulo no Novo Testamento, é o de que a fé é o único instrumento pelo qual somos u nidos a Cristo.

Intimamente relacionada a isso, está a disputadíssima questão dos fundamentos de nossa justificação diante de Deus. Nesse ponto, o conceito bíblico da imputação é sobremodo importante. Aqueles que negam a imputação como fundamento de nossa justificação declaram que isso é uma ficção jurídica, um erro judicial ou mesmo uma manifestação de abuso infantil cósmico. No entanto, ao mesmo tempo, a imputação é a explicação bíblica para o fundamento de nossa redenção. Nenhum texto bíblico ensina isso mais claramente esse conceito de transferência ou imputação do que o texto de Isaías 53, que a igreja do Novo Testamento ressaltou como uma explicação profética crucial do drama da redenção. O Novo Testamento declara que Cristo é a nossa justiça, e é precisamente a nossa confiança na justiça de Cristo como fundamento de nossa jus tificação que é o foco da doutrina da justificação pela fé. 

Entendemos que crer na doutrina de Sola Fides não salva ninguém. A fé em uma doutrina não é suficiente para salvar. Contudo, embora não sejamos salvos por crer na doutrina da justificação, a negação dessa mesma doutrina pode ser fatal, porque nega a doutrina da justificação pela fé somente. O apóstolo Paulo mostrou, na Epístola aos Gálatas, que tal negação equivale a rejeitar o evangelho e substituí-lo por alguma outra coisa; e isso resultaria em sua anatematização por parte de Paulo. O evangelho é importante demais para ser rejeitado por inclinar-nos diante de espantalhos.

sábado, 16 de outubro de 2010

LIÇÕES DO FUNDO DO POÇO


Graças a Deus terminou o terrível drama dos 33 mineiros presos a 700 metros de profundidade.
Presos num mundo subterrâneo desde o dia 5 de agosto, eles sobreviveram na primeira semana em completo isolamento e sem qualquer comunicação. Depois, quando localizados por uma sonda, mandaram um bilhete dizendo que todos estavam vivos. A partir daí, foram assistidos, monitorados e supridos de alimentos, remédios, ajuda médica e psicológica, e de comunicação com seus familiares e amigos.

Nos 54 metros quadrados apertados da sala-refúgio, e nos dois quilômetros de galerias, eles tiveram que agüentar as condições precárias, as incertezas, as doenças, a pressão psicológica do isolamento e do medo. Disseram que eles nada poderiam fazer. Não adiantava procura saída. Seria em vão tentar desbloquear o entulho do desmoronamento. Teriam que confiar na ajuda de cima e esperar.
A equipe de resgate usou uma poderosa máquina de perfuração de 5 milhões de dólares. Depois de 68 dias, no dia 13 de outubro, começaram a ser resgatados. Um a um foram içados para fora da mina. Cada um está sendo recebido com festa.

O mundo está proclamando que essa experiência única de sobrevivência em situações extremas trará grandes ensinamentos para a medicina, para a psicologia e até para as viagens espaciais.
E nós, quais lições espirituais podemos extrair desse confinamento nas minas do deserto de Atacama no Chile?
Pensei em três assuntos que podem ter um paralelo entre a nossa experiência cristã e a dos mineiros soterrados naquela situação de extrema precariedade.

Primeiro: Eles estavam lutando pela vida, suportando a temperatura de mais 30 graus, em condições insalubres, tentando se distrair, mas, sem nada poder fazer, a não ser esperar com fé e paciência o resgate de cima.
Assim, é o homem, lutando aqui neste mundo. Procurando, ao mesmo tempo que sobrevive, divertir-se, esquecer que a morte chegará a qualquer momento. Sem nada poder fazer por si mesmo de maneira efetiva. Prolonga seus dias com ajuda da ciência, sara algumas enfermidades com a medicina, procura entender a vida com a ajuda das filosofias, entorpece-se com hedonismo, refugia-se em religiões. Mas, continua perdido, e, como dizia Raul Seixas, esperando a morte chegar.
Sua esperança, como a dos mineiros, só poderá vir de cima. Aqui não há esperança duradoura – tudo é provisório.
Mas, de Deus vem a solução. Jesus veio para resgatar o homem. A Bíblia diz que Ele desceu aos antros da terra – veio do mais alto para o mais baixo. Veio de cima para buscar os de cá de baixo. Veio para resgatar o homem da condenação do pecado, para salvar da perdição eterna, para arrancá-lo dessa danação insolúvel. Pagou caro esse resgate, pois derramou Seu precioso sangue na cruz. Assumiu culpa no lugar de todo o que nEle crer. Deixou o céu e desceu à terra para salvar o homem perdido.
            “... O que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu.
            Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
            Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
            Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
            Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.”
Evangelho de João, 3:13,15-18

A segunda lição que observo e aprendo com o resgate dos mineiros presos naquela mina chilena está na alegria do resgate. Eles foram içados um por um, e em cada chegada à superfície houve uma festa. Mineiros velhos já com netos, outros com filhos e alguns jovens sendo recebidos pelos pais, todos recebidos com alegria. O auxílio que veio de cima trouxe a felicidade do reencontro. As esperanças se encontraram com a realização. A expectativa foi contemplada com a alegria de sair daquele buraco, subir para o alto dos 700 metros, e o encontro dos aguardados com os que esperavam.
Ah, que lembrança maravilhosa do arrebatamento da igreja do Senhor Jesus Cristo. As Sagradas Escrituras afirmam que Jesus Cristo virá para levar os Seus redimidos. Que alegria haverá com o cumprimento da promessa de Jesus, conforme João 14: 3 - “E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.”