Será que há o que aprender com o episódio do naufrágio do transatlântico Costa Concórdia? Sim, creio que podemos extrair muitas aulas bíblicas daquela trágica experiência. A cena mais marcante foi o diálogo do Cap. De Falco, oficial da Capitania dos Portos, com Schettino, o comandante do navio. Diante da fuga e abandono do comandante do navio, De Falco gritou a Schettino: “Suba a bordo, a bordo!”.
Schettino representa a covardia, a irresponsabilidade, e o egoísmo. Ele abandonou sua tripulação (1.100 pessoas) e os mais de três mil passageiros que estavam sob a sua guarda. Segundo reportagens, ele é um fanfarrão exibicionista – quis fazer uma manobra arriscada a fim de aparecer para a namorada e para os habitantes da ilha de Giglio. Mas, na verdade, seu comportamento, além de irresponsabilidade, revela hipocrisia, pois foi um covarde, indeciso e preocupado apenas consigo mesmo. Convém lembrar que Schettino não era um menino (tem 52 anos), nem era inexperiente (a maior empresa de turismo italiano não daria seu maior e mais luxuoso navio a um despreparado).
O que aconteceu merece ser analisado.
Precisamos aprender lições de vida que a Palavra de Deus tanto nos exorta:
1 – Evitemos as irresponsabilidades – Aquela manobra custou a vida de dezenas de pessoas, prejuízos enormes e deixou a vida e a carreira do comandante Schettino perdida para sempre. A Bíblia ensina a prudência. Davi foi admirado por ser prudente (1 Sm 16:18). Jó elogia essa qualidade (22:2). Provérbios ensina e exorta quanto a ser prudente – 13:16 (Cap. 14 é da prudência – vs. 8, 33 e 35). E 17:10 diz que o prudente é sensível à repreensão, por isso Jesus exalta isso, em Mt 7:24).
2 – Deixemos de ser egoístas – Aquele comandante pensou apenas nele mesmo – foi o primeiro a abandonar o barco. Não sentiu responsabilidade pelas quatro mil almas que estavam em perigo. Amados, somos um corpo em Cristo, não somos Caim (Gn 4:9), somos membros desse corpo – e como podemos deixar o trabalho de Deus para os outros fazerem (sabe por que nós trabalhamos muito numa conferência missionária? Para não desonrar o Nome de Cristo! É sim, se fizermos pouco, sendo nós tantos, levamos vergonha ao Nome Precioso do nosso Glorioso Senhor. Por isso, os poucos trabalham dobrado, triplicado, quadruplicado, para compensar os que nada ou pouco fazem. Assim, a honra de Deus não é manchada na igreja do Seu Filho – comprada pelo próprio sangue dAquele que deu tudo e nos amou até o fim!). Deixemos de I can’t ou I could not – para dizer e proclamar Fp 4:13.
3 – Ouçamos conselhos – Eu pergunto: será que não havia naquela tripulação homens de bem que poderiam ter aconselhado o Schettino a ser mais prudente, a evitar irresponsabilidades? Creio que havia, pois reportagens registram um oficial que salvou pessoas, e até se acidentou ao trabalhar no resgate dos passageiros. Creio que Schettino, auto-enganado, ignorou os conselhos, como ele ignorou e enrolou os conselhos do capitão da Guarda Costeira. A Bíblia ensina ouvir as pessoas mais experientes, contudo, muitas vezes, parece que lemos ao contrário – Pv 1:5; 15:22; 20:18 e 24:6. Por isso as repreensões de Dt 32:28 e do Sl 81:12.
4 – Sigamos as regras – Não é uma lei, mas é uma praxe, que o comandante seja o último a abandonar o navio . Schettino errou ao quebrar uma regra muito boa. Que lição a aprender: vivemos sob regras da Palavra de Deus e há sabedoria e paz quando nos submetemos a esses princípios, porque a rebelião é tão vil quanto à feitiçaria – 1 Sm 15:23. Por isso a Palavra de Deus nos exorta a fazer tudo com decência e ordem – 1 Co 14:40. Em Deus há ordem, assim deve ter ordem na Casa de Deus – Tt 1:5 e Cl 2:5.
5 – Aprendamos a consertar os erros e não nos atolarmos mais no engano – Isto na Bíblia se chama “reconhecimento e arrependimento sinceros”. Schettino havia errado, uma irresponsável manobra de levar o navio para perto da costa ocasionou a batida num rochedo e o conseqüente afundamento do luxuoso e gigantesco navio. Agora era o momento dele procurar consertar as coisas, atender à exortação do Capitão De Falco e ficar no navio, coordenando o salvamento e salvando vidas. Foi trágica a insistência no erro: acabou sua vida e carreira. Se ele tivesse sido culpado apenas pela manobra arriscada, ele pagaria pelo seu erro, mas sua atuação salvando vidas mostraria que ele tinha amor, preocupação com as pessoas. Aquele episódio seria logo esquecido. Mas, ele insistiu no erro, ignorou os conselhos. E um abismo chama outro abismo (Sl 42:7), é a lição de Pv 29:1. Saul é um exemplo trágico de alguém que não aprende com seus erros.
6 – Percebamos que a vida é frágil e curta – Hebreus 9:27 diz: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo”. As quatro mil pessoas do luxuoso e seguro transatlântico Costa Concórdia estavam jantando tranqüilos numa bela noite do litoral italiano. Há apenas algumas horas tinham zarpado do porto, num clima festivo, na alegre expectativa de uma fantástica excursão pelas costas italianas, numa viagem dos sonhos. Contudo, Provérbios 27:1 adverte “Não presumas do dia de amanhã, porque não sabes o que ele trará”. Naquela viagem, de repente, aconteceu o inesperado. Os sonhos viraram pesadelos. Uma batida num rochedo submerso, pânico, desespero, pessoas sendo empurradas e pisoteadas, o navio se inclinando perigosamente para um lado, pessoas desaparecidas e mortas.
Umas perguntas: aqueles passageiros tinham noção que a vida é passageira? Estavam preparados para se encontrarem com Deus? Eles tinham assegurado o passaporte para a eternidade?
Texto do Pastor José Nogueira
Igreja Batista Fundamentalista CRISTO É VIDA.
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